Socialização Racial de Bebês na Educação Infantil

Socialização Racial de Bebês na Educação Infantil

Pesquisadora: Profa. Dra. Gabriela Tebet
Faculdade de Educação
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Supervisora: Profa. Dra. Kátia S. Amorim
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo – USP

RESUMO

Essa pesquisa acompanhou experiências e interações de Bebês na Educação Infantil pós-pandemia em Campinas e Ribeirão Preto tendo como principal foco de interesse a compreensão do processo de SOCIALIZAÇÃO RACIAL vivido por bebês brancos, pretos, pardos e indígenas no espaço da creche. Bebês asiáticos não intergraram a pesquisa pois não foram localizados. Esta escolha do universo de pesquisa levou em consideração que o racismo é o resultado da interação entre pessoas de diferentes raças. As análises consideraram as contribuições dos estudos sobre negritude e sobre branquitude e aponta para o modo como os valores da branquitude afetam a socialização de todos os grupos étnicos. O debate sobre a socialização racial de bebês indígenas que frequentam creche regular é a grande inovação da pesquisa que dialoga ainda com os debates sobre currículo e qualidade da educação infantil e da educação para as relações étnico-raciais. Os resultados apontam para a participação dos bebês nos processos de socialização bem como para a participação de atores não-humanos no processo, apontam a importância da formação de professores para a temática, para mudanças no cenário das relações raciais na educação infantil nos últimos 20 anos e incluem uma reflexão sobre abordgens metodólogicas das pesquisas com bebês colocando em diálogo a Abordagem Mosaico, as Cartografias de bebês, a metodologia da Rede de Significações e o método Esther Bick de pesquisa com bebês.

Questões de Pesquisa

  1. Como as experiências e interações vividas em creches atuam nos processos de socialização racial vividos por bebês brancos, pretos, pardos, e eventualmente amarelos e indígenas no espaço da creche?
  2. Como diferentes atores (humanos e não humanos) atuam na socialização racial dos bebês participantes da pesquisa?
  3. Como bebês participam da sua própria socialização racial e da de outras pessoas?
  4. Como socialização racial, currículo e qualidade da educação infantil se articulam?
  5. Quais são as contribuições dos estudos sobre negritude e branquitude para a
    compreensão da socialização racial de todos os grupos étnico-raciais?
  6.  Que aproximações e distanciamentos encontramos entre as propostas metodológicas inspiradas na Abordagem Mosaico, nas Cartografias de bebês, na metodologia da Rede de Significações e no método Esther Bick de pesquisa com bebês?

Metodologia

Esta pesquisa, de caráter qualitativo se configura como estudo de casos múltiplos. A pesquisa foi realizada a partir da observação participante. As observações foram realizadas cerca de 3 vezes por semana, 3 horas por dia durante 2 semanas, totalizando no minimo 18 horas de observação em cada um dos espaços que integraram a pesquisa. O registro foi feito em diário de campo, bem como por meio de filmagens e fotografias.

Agradecimentos

Agradeço a todas e todos integrantes do grupo de pesquisas CINDEDI pelo acolhimento ao longo da pesquisa, pelas trocas e parcerias e à USP por me receber para a realização deste estudo. Às famílias dos bebês participantes, às professoras, monitoras e gestoras das creches por acreditarem na proposta e me permitirem realizar as observações. Às e aos bebês com quem convivi nas creches durante essse período, pelo acolhimento e por todas as aprendizagens que me proporcionaram durante a pesquisa. Às Secretarias Municipais de Educação de Campinas e de Ribeirão Preto, ao MIPID (em Campinas) e ao CRERER (em Ribeirão Preto) pelo apoio e estímulo, pela disponibilização das informações solicitadas no percurso e pela possibilidade de diálogo. À professora Kátia de modo muito especial, pelo acolhimento, pela proposta do tema e por todas as orientações e sugestões no percurso. À minha família por todo o apoio e incentivo que me dão sempre e que sempre fazem toda a diferença. À UNICAMP, à Faculdade de Educação e aos colegas de departamento que me garantiram o afastamento das atividades docentes para a realização desta pesquisa. Meu muito obrigada a cada uma e cada um de vocês!!!